Hoje apetecia-me desesperadamente nao dormir. Nao ter sono. Apetecia-me nao ter sono e fazer exactamente aquilo que me apetecesse pela noite fora, de agora até à meia-noite, depois daí até à uma, depois da uma às duas, das duas às três, e das três às quatro, depois das quatro às cinco, e às cinco poder ver calmamente o nascer o dia até chegarem as seis, e às seis tomar um duche, fazer o pequeno-almoco com calma, vestir o fato, e sair de casa para o trabalho às sete, impecável, energético, pronto para mais um dia a 100%.
Era exactamente isso que me apetecia, hoje, e já me tinha apetecido ontem, e antes de ontem, e já nao sei até há quantos dias atrás posso recordar esta vontade, mas por mim acho que nunca teria dormido na vida. Bem vistas as coisas, teria feito o dobro do que fiz, o que quer que tenha feito.
Dormir, essa limitacao absoluta, frustra-me totalmente. Mesmo o prazer do adormecer quando estou cansado e a energia do acordar depois de uma noite bem dormida sao consolacoes demasiado fracas para a própria perda de tempo durante o sono.
Pudesse eu nao dormir, e teria mais uma vida para viver.
Teria, neste momento, 50 anos, e uma esperanca de vida de cerca de 160.
O que eu nao faria, com 160 anos..!
Bom,
vou para a cama.
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