Praticamente só vejo filmes em avioes. Voo pouco. Nem sempre que voo, vejo um filme. Vejo, portanto, muito poucos filmes. Mas há uma semana fiquei preso durante uma maravilhosa hora num filme chamado Elegy que infelizmente foi interrompido quando nos aproximávamos de Singapura. Felizmente, fui a tempo de perceber que era baseado num livro do Philip Roth, embora tenha demorado uns dias a ir à procura numa livraria. Quando o tive nas maos, comprei imediatamente esta obra-prima que The Dying Animal está a aparentar ser.
É estranho ficar vidrado num filme e depois ir à procura desse encanto no provavelmente grande livro em que o filme se baseia. Nunca vejo filmes baseados em livros de que gosto, mas que reaccao posso ter, agora, ao ler um livro que dá origem a um filme que adorei?
Acho sempre que uma segunda-obra-de-arte baseada numa primeira-obra-de-arte tem inerente uma irremediável opacidade criativa. Quando essa segunda obra é criada num meio diferente (como adaptar um filme, em livro), geralmente tendo a sentir uma aberrante perversidade, porque se já me é difícil conceber que o exorcismo da Criacao possa ser reproduzido, por outrem, com qualidade, ve-lo repetir-se numa matéria diferente aparenta-se-me um exercício quase exclusivamente estético.
É, pois, com algum cuidado, que abordo este livro, pois estou agora a reverter ao original, mas infelizmente já influenciado pela cópia. A essencia que apreciei no filme pode nao estar no livro, mas se no livro encontrar outra essencia com a qual me identifique, entrarei no dilema de constatar que uma segunda-obra-de-arte (aqui, o filme) pode, embora baseada numa primeira-obra-de-arte (o livro), quebrar a barreira da sua própria identidade e sobreviver per se.
Mudando ligeiramente de assunto, aqui fica o primeiro parágrafo, que explica porque é que, mesmo sem filme, o livro é evidentemente uma deliciosa razao para viver mais um dia:
I knew her eight years ago. She was in my class. I don't teach full-time anymore, strictly speaking don't teach literature at all - for years now just the one class, a big senior seminar in critical writing called Practical Criticism. I attract a lot of female students. For two reasons. Because it's a subject with an alluring combination of intellectual glamour and journalistic glamour and because they've heard me on NPR reviewing books or seen me on Thirteen talking about culture. Over the past fifteen years, being cultural critic on the television program has made me fairly well known locally, and they're attracted to my class because of that. In the beginning, I didn't really realize that talking on TV once a week for ten minutes could be so impressive as it turns out to be to these students. But they are helplessly drawn to celebrity, however inconsiderable mine may be.
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